sexta-feira, maio 26, 2006

Declaração de Amor- Drummond de Andrade

No passado sábado dia 20 de Maio, tive num belíssimo jantar de aniversário com amigos.

Mas, porque as minhas ressacas são terríveis , no domingo, dia 21 tinha a minha cabeça a pesar 3 toneladas, e o meu Fígado, Estômago e Intestinos não pararam de ralhar comigo todo o dia...
Desmarquei um passeio de bicicleta matutino no Guincho e levantei-me por volta das 13 horas...

Porque a minha postura actual é de tentar ter uma vida o mais rica possível, fui passar uma tarde diferente. Fui passear ao Jardim Botânico da Ajuda...

Foram quase 3 horas passadas a ler, a ver as mil flores, e a respirar os mil aromas que aquele espaço nos proporciona.

E porque estava rodeado de flores, lembrei-me então de um poema de Carlos Drummond de Andrade, que quero partilhar convosco.

É uma declaração de amor, tão simples quanto bonita

Ofereço-vo-la...

"Minha flor minha flor minha flor.
Minha prímula meu pelargónio meu gladíolo meu botão-de-ouro.
Minha peónia.
Minha cineráriaminha calêndula minha boca-de-leão.
Minha gérbera. Minha clivia. Meu cimbidio.
Flor flor flor.
Floramarilis. Floranémona. Florazálea.
Clematite minha. Catléia definio estrelitzia.
Minha hortensegerânea.
Ah, meu nenúfar. Rododendro e crisântemo e junquilho meus.
Meu ciclámen.
Macieira-minha-do-japão.
Calceolária minha. Daliabegónia minha.
Forsitiaris tuliparrosa minhas.
Violeta... Amor-mais-que-perfeito.
Minha urze.
Meu cravo-pessoal-de-defunto.
Minha corola sem cor e nome no chão de minha morte."

Ciclo "As caminhadas dos Outros"

Olá meus amigos como estão todos?

Eu por aqui, estou bem, porque Família, Amigos e Saúde valem uma fortuna, e eu nisso sou riquíssimo.

Mas tem-me faltado a inspiração para continuar a escrever. Estou chateado porque gosto muito de escrever e não tenho conseguido...

Que raiva...

Mas até isso é bom sinal, na medida em que muito do que escrevia era para carpir velhas mágoas que há muito tempo deviam ter deixado de ser... mágoas.

Mas esse período felizmente passou... e como a minha inspiração para escrever se foi embora com as mágoas, vou fazer um ciclo de “posts” com as palavras daqueles que como ninguém souberam carpir as suas próprias dores.

São palavras que eternizaram amores, vidas e momentos...

E porque este humilde e pobre blog se chama “Caminhando até ti” vou reunir para vós uma série de excelentes caminhadas que outros souberam fazer...

São alguns dos textos em que me revejo, num ou noutro momento da minha vida

É um salto qualitativo...

Todos vós vão dar graças por a minha inspiração se ter ido embora...

Deliciem-se...