sábado, fevereiro 18, 2006

Tu e as Cabras



A Lu citou a Agustina Bessa Luís n´ “O que te quero” dizendo:

“ As mulheres são como os cornos das cabras: Duras e tortas”

Eu modifico a grande Agustina dizendo:

“ As mulheres podem ser como os cornos das cabras, mas TU és como as cabras e ponto final”

Aliás, TU és quase cabra porque:

Tal como as Cabras és rija, tinhas (e ainda deves ter) umas mamas e umas coxas duras. Um luxo, do melhor… Ai meu Deus nem me posso lembrar disso… Aliás todos os rapazes da faculdade sabiam disso, porque metade puseram lá a mão... a outra metade pôs o resto... (Valha-nos São Durex e São Control, obrigado por estarem sempre presentes nas nossas vidas)...

Tal como as cabras, todos os Carneiros do rebanho te podem montar. Até o pastor, e o cajado do pastor… Para ti marcha tudo e ainda pedes mais…

Tal como as Cabras na chanfana, tu para seres comida e saberes bem, tens que ser bem preparada, senão sabes a “bedum” e a “Fast Food” barato… fazes azia, e dás vómitos…

Só uma coisa TE distingue das Cabras:

“ AS CABRAS TÊM CORAÇÃO E TU NÃO”… Sua grandessíssima cabra.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Querido Diário II


A “Blogosfera” tem desta coisas, “Blog” puxa “Blog”, e encontramos pontos de ligação que nos fazem blogar. Desta vez os blogs inspiradores foram “acordautopia” (pertencente a um grupo de amigos) e o “tigredatasmania”, pertencente a um desconhecido tigre blogador... A todos vós, desde já, bem hajam.

Arcozelo, 15 de Fevereiro de 2005

Querido Diário:

“ E pronto, cá estamos nós no trânsito, mais uma vez... mais uma manhã, mais um semáforo fechado, mais um filho da puta frustrado a apitar-me aos ouvidos por ter deixado ir o carro abaixo no meio do cruzamento...

Piiiii piiiiii

- Mexe essa merda cabrão! ( diz o meu amigo apitador levantando o dedo do meio da mão direita)
- Mete-o no cu sua azêmola mal cheirosa ( cumprimento-o eu simpaticamente fazendo um manguito à “Zé Povinho”)

Arranco com o carro, para mais um entusiasmante e reconfortante dia de trabalho agarrado ao computador.

E depois é o “romangomango” do costume. Depois do trabalho é o regresso a casa e mais trabalho, que é bom para a tosse.

Um dia passa, uma semana, um mês, um ano, e com o tempo passam também os sonhos, as ilusões, as razões para viver.
Os pores-do-Sol deixam de fazer sentido, as Luas mudam de fase sem que demos conta disso, e os sonhos vão-se. Ficamos crus, amargos e refundidos, amaldiçoando cada dia desta vida descontente...

Tenho 52 anos, sou funcionário das finanças em Arcozelo como o fui toda a vida. Os meus sonhos, esses, fui-os deixando por aí, num dia vai aquela viagem, noutro dia a família, no dia a seguir, e sem que demos por isso, vai o sonho de poder concretizar todos os sonhos e a capacidade de sonhar novamente.

Que sentido faz a vida??? De que vale respirar??? De que vale viver se a única coisa que temos é a certeza de que “Do pó viemos e ao pó voltaremos” (Onde é que eu já ouvi isto?)... e pelo meio??? O trânsito? As chatices? A dor da perda dos que amamos? As angústias, o brilho que nos desaparece dos olhos, as rugas que aparecem no corpo e na alma? E claro... a solidão... por mais acompanhados que estejamos, pois todos nós já perdemos a capacidade de olhar para dentro do nosso próximo, e para dentro de nós próprios. Por isso estamos SÓS!!!!!!!!

Foi para esta merda que o criador nos programou???
Se foi, mais valia ter estado quietinho... Mas eu acho que não era bem isto que ele estava à espera.

Valerá isto a pena???

A verdade, aqui só para nós, que ninguém nos ouve, é que eu até sou um gajo feliz, mas sou feliz porque estou a embrutecer (já como de boca aberta, deixei crescer a unha do dedo mindinho, palito os dentes e coço os tomates vigorosamente quando estou na fila para o pão e tudo), e de tão bruto que me tornei, já não penso na falta de sentido que isto tudo faz.

Por isso sou feliz... porque não penso.

Querido diário, agora vou dormir pois amanhã vamos ter outro excitante dia.”

Eu Sei...


Sei quem sou,
Sei o que valho e o que não valho,
Sei o que faço,
Sei do que sou capaz,
Sei o que quero,
Sei de onde venho e para onde quero ir,
Sei... que sei tudo isto...

... Mas estou cansado, de correr contra os ventos, de lutar contra as marés...

Sei que estou quase a parar...
...vou aqui ficar sentadinho à espera... não Sei de quê...

... mas Sei que não corro nem luto mais..

...vem-me buscar logo que queiras, e se não quiseres deixa-me ficar, que eu fico aqui à tua espera...

...e esperar... pelo menos isso eu sei...