domingo, fevereiro 05, 2006


, onde o silêncio nos toca a alma e a consciência nos refreia o pensamento, procuro a essência duma vida que quero viver, mas que creio não poder existir.
, onde busco a certeza e encontro a dúvida que me faz crescer.
, onde sei que existo apenas por pensar.
, onde o vento me faz voar, e os pés se agarram ao chão como uma lapa se agarra à rocha. Procuro encontrar-te tal qual te procuro. Encontrar-te na esperança que me acordes do meu sono letárgico, e eu veja que não és um sonho, que és a realidade que me faz querer e poder existir.
Racionalmente, procuro idealizar-te de uma forma que possas ter, duma forma que não fira os padrões da cosciência, da sociedade e, claro os meus próprios, é por certo uma tarefa impossível, mas que eu procuro realizar incessantemente.
Racionalmente!
A racionalidade é a mais irracional das coisas. Pois na busca cega por uma racionalidade inexistente, tornamo-nos irracionais, insensíveis e tristes.
, onde procuro a companhia da solidão, encontro-te também só, assim não consigo estar só, pois estás sempre comigo, duma forma que me fazes sentir-te parte de mim. Mesmo não existindo!
, onde posso voar no mar e navegar no céu, consegues estar sempre a sorrir, a sorrir para mim com um sorriso que me apetece agarrar com os olhos e guardar no peito mesmo juntinho ao coração, tão juntinho que o fere e o sara, com a mesma rapidez, naquela parte do peito que ninguém pode tocar.
, onde corro até ti, sem te agarrar, onde te desvaneces ao mais pequeno toque, pedes-me que te descreva, que te diga como te penso, como te imagino. Permaneço calado por desconhecer respostas.
Quando mo pedes deleito-me com a maciez da tua voz, procuro dissecá-la, tomá-la parte por parte, embrulhá-la nuns tímpanos de ouro, guardá-la só para mim, só para mim.
, onde plano sobre o meu corpo, como um abutre observando a carcaça, dançamos, rodopiamos sobre nós próprios enquanto me dizes que me queres. Que me queres mais que tudo, que me queres, só por me quereres, só porque eu também te quero, só porque eu penso que ainda existes!
Será que ainda existes?
Eu continuo sem saber, mas preciso pensar que sim. Da mesma maneira que uma máquina precisa de combustível para trabalhar, eu preciso de ti para ser, para continuar a ser.
, onde eu existo, ou pelo menos penso poder exir.

Abril 2000

3 Comments:

Blogger Luisa Seabra said...

A-M-E-I!!!!!
Mas diz-me lá...onde é esse lugar que tanto te consome...no bom e no mau sentido?
beijos

07 fevereiro, 2006 21:19  
Blogger NaLua said...

A menina acha que se eu soubesse onde era LÀ, estaria agora aqui???

Estaria por certo LÁ, com os personagens que crio, ou com algum que tivesse a ousadia de me criar e de viver comigo para sempre... LÁ.

Se caminhado por aí, a menina descobrir onde é LÁ, por favor...

...Leve-me LÁ.

Beijos para si também.
NaLua

08 fevereiro, 2006 13:26  
Blogger Luisa Seabra said...

eu sei onde é o lá...é onde eu não sinto saudades...
(vide saudades, in "oquetequero")
beijos

08 fevereiro, 2006 15:35  

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